Se você é consumidor de cafés especiais já deve saber do enorme cuidado dedicado ao grão para que a bebida se diferencie dos chamados cafés tradicionais. Tudo se inicia no produtor, passando pela torra, onde muitas potencialidades do grão de café são atingidas.
Após a torra cabe ao barista ou ao consumidor final armazená-lo de forma adequada, fazer um preparo bem executado e sobretudo consumi-lo no tempo ideal.
Para se desfrutar do melhor de um café especial é preciso consumi-lo recém torrado, pois o processo natural de envelhecimento prejudicará todo o trabalho feito desde o plantio. Mas, por outro lado, se você o consome imediatamente após a torra, o sabor pode vir a ser prejudicado pelos gases produzidos durante a torra e que atrapalham a extração quando muito fresco.
Afinal, qual o tempo ideal de armazenamento entre torra e consumo?
Dependendo do nível de solubilidade atingido na torra, pode demorar de 5 a 15 dias para um café se livrar suficientemente dos gases e dos componentes aromáticos queimados. É importante que você consulte o mestre de torra para ter que ele lhe diga o prazo ideal em que o café estará no seu ápice de aroma e sabor.
Assim como sugere-se um prazo ideal para consumo pós torra precisamos dizer que o café começa gradativamente a perder potência e complexidade após aproximadamente 30 dias de torrado.
Geralmente, depois do primeiro mês de torrado a qualidade cai e vai se mantendo estável até atingir três meses, em embalagem selada. Quando você abre a embalagem o contato com o oxigênio do ar acelera esse processo de perda da “qualidade”.
Isso não quer dizer que o café após 30 dias esteja impróprio para consumo, apenas que houve perda de complexidade e os paladares mais exigentes perceberão isso na xícara.
É importante que o sistema de resfriamento de um torrador de café seja bastante rápido e eficiente afim de interromper o processo de torra assim que o café passe do tambor do torrador ao resfriador. Se o equipamento de torra é capaz de interromper imediatamente o processo de torra não haverá prejuízo no resultado alcançado durante a torra.
Acontece que o momento de resfriamento interfere também na vida útil do café pós torra, pois a chamada seca continua até o fim do resfriamento. Logo, uma seca bem feita irá prolongar a vida útil do café na prateleira.